Avicultora de Fortuna de Minas Tatiane Amaral |
Os recorrentes problemas de falta de luz enfrentados no
campo foram a principal queixa dos produtores rurais durante o debate público
‘Mundo Agro’, realizado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Participaram produtores rurais, presidentes de sindicatos,
associações e cooperativas, além da diretoria do Sistema Faemg/Senar, que
pediram a criação de uma diretoria de Energia Rural na Cemig.
Produtores lamentam prejuízos
O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Taquaraçu
de Minas, Carlos Hamilton Gonçalves, acredita que a energia elétrica é o
principal gargalo produtivo no campo. “Na nossa região, o pessoal já está
parando com a produção de leite, não tem como tocar porque não tem luz”,
sintetizou Carlos, que também é presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais
na Ceasa Minas. O piscicultor José Eduardo Aracena cultiva tilápias em um
criatório na região de Três Marias.
A avicultora Tatiane Amaral, de Fortuna de Minas, participou
da agenda e relatou problemas sofridos que acarretaram um prejuízo estimado em
mais de R$ 100 mil.
“Fiquei vários dias sem gerar energia, tive uma perda de
mais de 5 mil frangos, fora o equipamento que é caro, porque é tudo
automatizado. A minha esperança é que com a ajuda da Faemg, dos sindicatos, que
esse debate possa contribuir e solucionar parte desses problemas”, comentou.
A falta de energia, que atingiu 42% dos produtores rurais de
Minas no último ano, conforme levantamento feito pela Faemg, foi tema de uma
mesa com representantes da Cemig e da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel). A assessora técnica Aline Veloso argumentou que o fornecimento
inadequado de luz tem causado danos em equipamentos elétricos e perda de
produção pela demora no reestabelecimento da energia.